Texto extraído
O filme Entre os muros da escola (França, 2008), dirigido por Laurent Cantet, foi muito divulgado como um filme que trata da dificuldade de uma escola pública da periferia de Paris em lidar com seus indisciplinados alunos filhos de imigrantes.
Nada mais falso para quem assiste ao filme. Os alunos estão mais para inteligentes e críticos em relação à escola do que para indisciplinados, ainda que a indisciplina esteja presente.
Mas a grande questão do filme não é essa, não é a indisciplina e a imigração. Essa é uma visão eurocêntrica e elitista que não é evidente na narrativa. Pelo contrário, o filme deixa claro, explicitamente, a incapacidade da escola em resolver os seus próprios problemas. A escola lida com alunos globalizados (provenientes de culturas diversas) do século 21 da mesma forma que lidou com os alunos provincianos (monoculturais) do século 19.
Entre os muros da escola há um diretor empolado, professores fúteis, discussões inúteis e reuniões tão enfadonhas que até o público do filme não aguenta. O filme mostra que a escola transformou-se em um tribunal, em um espaço de jugo e não de pensamento. Ela se isolou em uma fortaleza de conceitos retóricos e ineficientes. Daí talvez porque o título do filme fale sobre os muros.
O diretor Laurent Cantet diz mais do que pode nos parecer, mas o enredo deixa claro que, mesmo nos países do primeiro mundo, a escola foi abandonada pelo Estado, está isolada e ilhada entre muros de uma tradição que não dá conta da realidade.
O filme Entre os muros da escola (França, 2008), dirigido por Laurent Cantet, foi muito divulgado como um filme que trata da dificuldade de uma escola pública da periferia de Paris em lidar com seus indisciplinados alunos filhos de imigrantes.
Nada mais falso para quem assiste ao filme. Os alunos estão mais para inteligentes e críticos em relação à escola do que para indisciplinados, ainda que a indisciplina esteja presente.
Mas a grande questão do filme não é essa, não é a indisciplina e a imigração. Essa é uma visão eurocêntrica e elitista que não é evidente na narrativa. Pelo contrário, o filme deixa claro, explicitamente, a incapacidade da escola em resolver os seus próprios problemas. A escola lida com alunos globalizados (provenientes de culturas diversas) do século 21 da mesma forma que lidou com os alunos provincianos (monoculturais) do século 19.
Entre os muros da escola há um diretor empolado, professores fúteis, discussões inúteis e reuniões tão enfadonhas que até o público do filme não aguenta. O filme mostra que a escola transformou-se em um tribunal, em um espaço de jugo e não de pensamento. Ela se isolou em uma fortaleza de conceitos retóricos e ineficientes. Daí talvez porque o título do filme fale sobre os muros.
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