terça-feira, 12 de abril de 2011

Poesia a um amigo



21:40

I

Cedo, amigo, muito cedo!
Quando é que podemos dizer que já é tarde?
Quando podemos acenar quando a cota da existência chegou ao seu limite?
Como conseguiu suportar por tanto tempo essa injuria, essa vil existência?
Como conseguimos suportar esses seres que nos habitam?
O que personificamos afinal?

II

Era teu aquele rosto e olhos fitando o infinito?
Corpo rígido, frio exposto sobre o aço!
Se era você meu amigo, como ousaram expor teu corpo frágil junto com objetos ordinários?
O cristo contemplava-te lá do alto, inerte (assim como tua carcaça), feio e opaco...
Sacrilégio!

III

A tua voz meu amigo terá soado em vão?
Lembrarão das tua gentilezas e feição amiga?
Tentastes de todas as formas tragar e sorver as formas virtuosas da existência: os sons, o tato, os sabores e sobretudo a AMIZADE.
Morreu por excesso, morreu de uma overdose existêncial.
Tragaste a vida e foste tragado por ela.

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