quarta-feira, 4 de maio de 2011

Poesia :

Carta ao Meu Pai


Sob as entranhas da terra jaz meu pai
Já se passaram dezoito anos 
Dezoito anos de silêncio para mim e para ti 
Porque não me visitas a noite?
Porque não sai do teu túmulo frio e vazio e vem prosar comigo,
Velhas histórias, velhos segredos?
Afinal, quem és tu além de ser meu pai?
Me criaste?
Me deste educação e preceitos morais?
Não! me deste apenas um nome, o teu nome: João.
Pobre João, pobre de nós 
Um pobre de vida, ausência mesmo, 
O outro pobre de pai, 
Pobre não, miserável!

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