segunda-feira, 2 de maio de 2011

Poema 666 de Quintana

Estava cá com meus botões pensando em como temos a capacidade de perder nosso precioso e curto tempo com tantas coisas sem muita (ou nenhuma) importância. Então lembrei desse poema do Mário Quintana que resume muito do que fazemos. 
O poeta nos mostra, através  de sua escrita sutil, que sempre teve uma percepção aguçada para enxergar além do que a "grande massa" sempre demora tanto pra ver: "que a vida é unica e breve, muito breve". Também resolvi colocar esta postagem para acabar com a pergunta batida e preconceituosa do porque do e-mail do blog ser socrates.666. Então está aí a explicação. 














Seiscentos e sessenta e seis



A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ª feira...Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente...
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

Mário Quintana(1906-2004)

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